sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Lei Una Fundamental - Helena P. Blavatasky

"A unidade radical da essência última de cada parte constitutiva dos elementos compostos da Natureza, desde a estrela ao átomo mineral, desde o mais elevado Dhyãn Chohan ao mais humilde dos infusórios, na completa acepção da palavra, quer se aplique ao mundo espiritual, intelectual ou físico - esta é a lei una fundamental na Ciência Oculta. " (Doutrina Secreta)

Quatro Idéias Básicas

Não importa o que se estude na Doutrina Secreta (DS), a mente deve manter com firmeza as seguintes idéias como base de sua ideação:

(a) A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODA A EXISTÊNCIA. Essa unidade é algo completamente diferente da noção comum de unidade - como quando dizemos que uma nação ou um exército está unido, ou que este planeta está unido a outro por linhas de força magnética, ou algo semelhante. O ensinamento não é esse, e sim o de que a existência é UMA COISA, não uma coleção de coisas colocadas juntas. É o SER TOTAL. É indivisível, pois de outro modo não seria absoluto. Se fosse possível separar-lhe uma parte, o restante não poderia ser absoluto, pois surgiria imediatamente a questão da COMPARAÇÃO entre ele e a parte separada, e a Comparação é incompatível com a idéia de absoluto. Conseqüentemente, é evidente que essa EXISTÊNCIA ÚNICA, ou Ser Absoluto deve ser a Realidade existente em cada forma que existe.

Átomo, o Homem, o Deus são, separadamente ou em conjunto, o Ser Absoluto em última análise; e isto é a sua INDIVIDUALIDADE REAL. Este é o conceito que se deve manter sempre no fundo da mente para servir de base para toda concepção que surgir do estudo da DS. No momento em que esquecemos disso (o que é fácil acontecer quando estamos envolvidos com um dos muitos aspectos intrincados da Filosofia Esotérica) sobrevém a idéia da SEPARAÇÃO e o estudo perde seu valor.

(b) A segunda idéia a manter com firmeza é a de que NÃO EXISTE MATÉRIA MORTA. O mais ínfimo átomo está vivo. E não poderia ser de outra forma, pois cada átomo é fundamentalmente por si mesmo o Ser Absoluto. Por isso não existe coisa tal como "espaços" de Éter ou Akasha, ou chame como quiser (...) O verdadeiro conceito é o de que cada átomo de substância, não importa de que plano, é ele mesmo uma VIDA.

c) A terceira idéia a manter é de que o Homem é o MICROCOSMO. Assim sendo, todas as Hierarquias dos Céus existem nele. Mas em verdade não existe nem Macrocosmo, nem Microcosmo, mas UMA EXISTÊNCIA. O grande e o pequeno só existem como tais quando vistos por uma consciência limitada.

d) A quarta e última idéia é aquela expressa no Grande Axioma Hermético, que na verdade resume e sintetiza todas as outras:

Como o Interno assim é o Externo, como o Grande assim é o Pequeno; como é acima, assim é abaixo; só existe UMA VIDA E UMA LEI e o que atua é o ÚNICO. Nada é Interno, nada é Externo; nada é GRANDE, nada é Pequeno; nada é Alto, nada é baixo na Economia Divina.

Deve-se buscar relacionar com essas idéias básicas qualquer coisa que se estude na DS.

TRÊS PROPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS

I. Um Princípio Onipresente, Eterno, Sem Limites e Imutável, sobre a qual toda a especulação é impossível, porque transcende o poder da concepção humana, e porque somente o diminuiria qualquer expressão ou comparação humana. Está fora dos limites e do alcance do pensamento, e segundo as palavras do Mandukya, é “impensável e impronunciável”.

Para que os leitores percebam mais claramente estas idéias, devem começar com o postulado de que há Uma Realidade absoluta anterior a todo Ser manifestado e condicionado. Esta Causa Infinita e Eterna, obscuramente formulada no “Inconsciente” e no “incognoscível” da filosofia européia corrente, é a Raiz sem Raiz de “tudo quanto foi, é ou será”.

II. A Eternidade do Universo in toto, como plano sem limites, periodicamente "cenário de Universos Inumeráveis, manifestando-se e desaparecendo incessantemente", chamados "estrelas que se manifestam", e "centelhas da Eternidade". "A Eternidade do Peregrino" é como um abrir e fechar de Olhos da Auto-Existência (Livro de Dzyan). "O aparecimento e desaparecimento de Mundos é como o fluxo regular das marés."

Esta segunda afirmação da Doutrina Secreta é a universalidade absoluta daquela lei de periodicidade, de fluxo e refluxo, de decadência e crescimento, que a ciência física tem observado e registrado em todas as esferas da Natureza. Uma alternância tal como dia e noite, vida e morte, sono e vigília, é um fato tão perfeitamente universal e sem exceção que será fácil compreender de que forma vemos neles uma das Leis absolutamente fundamentais do Universo.

Afirma também a Doutrina Secreta:

III. A identidade fundamental de todas as Almas com a Alma Suprema Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida; e a peregrinação obrigatória de todas as Almas, centelhas daquela, através do Ciclo de Encarnação (ou de "Necessidade") de acordo com a lei cíclica e cármica durante todo o período. Em outras palavras, nenhuma Buddhi puramente espiritual (Alma divina) pode ter uma existência (consciente) independente, antes que a centelha emanada da Essência pura do Sexto Princípio Universal, ou seja, da ALMA SUPREMA, tenha (a) passado por todas as formas elementares pertencentes ao mundo fenomenal daquele Manvantara, e (b) adquirido a individualidade, primeiramente por impulso natural, e depois pelos esforços planejados e induzidos por si mesmo e regulados por seu Karma, ascendendo assim por todos os graus de inteligência, desde o Manas inferior até o superior; do mineral e planta ao Arcanjo (Dhyani-Buddha) mais sublime. A Doutrina central da Filosofia Esotérica não admite para o homem nenhum privilégio ou dom especiais, salvo aqueles adquiridos por seu próprio Ego, por esforço e mérito pessoais, através de uma longa série de metempsicoses e reencarnações.

FONTE: Fundamentos da Filosofia Esotérica, compilação de escritos de Helena P. Blavatsky, publicado no Brasil pela Ed. Teosófica.

Um comentário:

  1. Esse é o princípio básico de qualquer estudo Teosófico, nunca é demais ler, reler, lembrar e meditar... bela postagem.

    C

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